terça-feira, outubro 24, 2006

O Poeta Mineiro mais Carioca

Foto: Autor Desconhecido
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As sem-razões do amor
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Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionário
se a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


O Poeta...

Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, em Itabira, Minas Gerais. Funcionário público,
foi cronista dos mais importantes jornais brasileiros. Sofisticado e popular, Drummond foi homenageado em 1987 com o samba-enredo O reino das palavras, por uma das maiores e mais tradicionais escolas de samba cariocas, a Estação Primeira de Mangueira, que se sagrou campeã.
No dia 5 de Agosto de 1987, depois de 2 meses de internação morre a mulher que mais amou na vida, a filha Maria Julieta vítima de câncer. Não sabendo como suportar o desgosto pediu ao médico que lhe receitasse «um enfarte fulminante». Doze dias depois, a 17 de Agosto de 1987 falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Cemitério São João Batista do Rio de Janeiro.

Morreu, a pedido, desiludido, agnóstico, solitário e céptico perante a posteridade, pois sempre foi injustamente rigoroso com a obra que escreveu. A sua 'vida' depois da sua morte veio a provar exatamente o contrário.

Drummond deixou cinco obras inéditas: O avesso das coisas, Moça deitada na grama, Poesia errante, O amor natural e Farewell.

Cronologia:

1902 - Nasce em Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais; nono filho de Carlos de Paula Andrade, fazendeiro, e D. Julieta Augusta Drummond de Andrade.

1910 - Inicia o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito. em Belo Horizonte, onde conhece Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco.

1916 - Aluno interno no Colégio Arnaldo, da Congregação do Verbo Divino, Belo Horizonte.

1917 - Toma aulas particulares com o professor Emílio Magalhães, em Itabira.

1918 - Aluno interno no Colégio Anchieta da Companhia de Jesus em Nova Friburgo; é laureado em "certames literários". Seu irmão Altivo publica, no único exemplar do jornalzinho Maio, seu poema em prosa "ONDA".

1919 - Expulso do Colégio Anchieta mesmo depois de ter sido obrigado a retratar-se. Justificativa da expulsão: "insubordinação mental".

1920 - Muda-se com a família para Belo Horizonte.

1921 - Publica seus primeiros trabalhos na seção "Sociais" do Diário de Minas. Conhece Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, todos freqüentadores do Café Estrela e da Livraria Alves.

1922 - Ganha 50 mil réis de prêmio pelo conto "Joaquim do Telhado" no concurso Novela Mineira. Publica trabalhos nas revistas Todos e Ilustração Brasileira.

1923 - Entra para a Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.

1924 - Escreve carta a Manuel Bandeira, manifestando-lhe sua admiração. Conhece Blaise Cendrars, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade no Grande Hotel de Belo Horizonte. Pouco tempo depois inicia a correspondência com Mário de Andrade, que durará até poucos dias antes da morte de Mário.

1925 - Casa-se com a senhorita Dolores Dutra de Morais, a primeira ou segunda mulher a trabalhar num emprego (como contadora numa fábrica de sapatos), em Belo Horizonte. Funda, junto com Emílio Moura e Gregoriano Canedo, A Revista, órgão modernista do qual saem 3 números. Conclui o curso de Farmácia mas não exerce a profissão, alegando querer "preservar a saúde dos outros".

1926 - Leciona Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira. Volta para Belo Horizonte, por iniciativa de Alberto Campos, para trabalhar como redator-chefe do Diário de Minas. Heitor Villa Lobos, sem conhecê-lo, compõe uma seresta sobre o poema "Cantiga de Viúvo".

1927 - Nasce, no dia 22 de março, mas vive apenas meia hora, seu filho Carlos Flávio.

1928 - Nasce, no dia 4 de março, sua filha Maria Julieta, quem se tornará sua grande companheira ao longo da vida. Publica na Revista de Antropofagia de São Paulo, o poema "No meio do caminho", que se torna um dos maiores escândalos literários do Brasil. 39 anos depois publicará "Uma pedra no meio do caminho - Biografia de um poema", coletânea de críticas e matérias resultantes do poema ao longo dos anos. Torna-se auxiliar de redação da Revista do Ensino da Secretaria de Educação.

1929 - Deixa o Diário de Minas para trabalhar no Minas Gerais, órgão oficial do Estado, como auxiliar de redação e pouco depois, redator, sob a direção de Abílio Machado.

1930 - Publica seu primeiro livro, "Alguma Poesia", em edição de 500 exemplares paga pelo autor, sob o selo imaginário "Edições Pindorama", criado por Eduardo Frieiro. Auxiliar de Gabinete do Secretário de Interior Cristiano Machado; passa a oficial de gabinete quando seu amigo Gustavo Capanema substitui Cristiano Machado.

1931 - Falece seu pai, Carlos de Paula Andrade, aos 70 anos.

1933 - Redator de A Tribuna. Acompanha Gustavo Capanema quando este é nomeado Interventor Federal em Minas Gerais.

1934 - Volta a ser redator dos jornais Minas Gerais, Estado de Minas e Diário da Tarde, simultaneamente. Publica "Brejo das Almas" em edição de 200 exemplares, pela cooperativa Os Amigos do Livro. Muda-se, com D. Dolores e Maria Julieta, para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, novo Ministro de Educação e Saúde Pública.

1935 - Responde pelo expediente da Diretoria-Geral e é membro da Comissão de Eficiência do Ministério da Educação.

1937 - Colabora na Revista Acadêmica, de Murilo Miranda.

1940 - Publica "Sentimento do Mundo" em tiragem de 150 exemplares, distribuídos entre os amigos.

1941 - Assina, sob o pseudônimo "O Observador Literário", a seção "Conversa Literária" da revista Euclides. Colabora no suplemento literário de A Manhã, dirigido por Múcio Leão e mais tarde por Jorge Lacerda.

1942 - A Livraria José Olympio Editora publica "Poesias". O Editor José Olympio é o primeiro a se interessar pela obra do poeta.

1943 - Traduz e publica a obra Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, sob o título de "Uma gota de veneno".

1944 - Publica "Confissões de Minas", por iniciativa de Álvaro Lins.

1945 - Publica "A Rosa do Povo" pela José Olympio e a novela "O Gerente". Colabora no suplemento literário do Correio da Manhã e na Folha Carioca. Deixa a chefia de gabinete de Capanema, sem nenhum atrito com este e, a convite de Luís Carlos Prestes, figura como editor do diário comunista, então fundado, Imprensa Popular, junto com Pedro Mota Lima, Álvaro Moreyra, Aydano Do Couto Ferraz e Dalcídio Jurandir. Meses depois se afasta do jornal por discordar da orientação do mesmo. É chamado por Rodrigo M.F. de Andrade para trabalhar na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde mais tarde se tornará chefe da Seção de História, na Divisão de Estudos e Tombamento.

1946 - Recebe o Prêmio pelo Conjunto de Obra, da Sociedade Felipe d'Oliveira. Sua filha Maria Julieta publica a novela "A Busca", pela José Olympio.

1947 - É publicada sua tradução de "Les liaisons dangereuses", de Choderlos De Laclos, sob o título de "As relações perigosas".

1948 - Publica "Poesia até agora". Colabora em Política e Letras, de Odylo Costa, filho. Falece Julieta Augusta Drummond de Andrade, sua mãe. Comparece ao enterro em Itabira que acontece ao mesmo tempo em que é executada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a obra "Poema de Itabira" de Heitor Villa-Lobos, composta sobre seu poema "Viagem na Família".

1949 - Volta a escrever no jornal Minas Gerais. Sua filha Maria Julieta casa-se com o escritor e advogado argentino Manuel Graña Etcheverry e passa a residir em Buenos Aires, onde desempenhará, ao longo de 34 anos, um importante trabalho de divulgação da cultura brasileira.

1950 - Vai a Buenos Aires para o nascimento de seu primeiro neto, Carlos Manuel.

1951 - Publica "Claro Enigma", "Contos de Aprendiz" e "A mesa". É publicado em Madrid o livro "Poemas".

1952 - Publica "Passeios na Ilha" e "Viola de Bolso".

1953 - Exonera-se do cargo de redator do Minas Gerais, ao ser estabilizada sua situação de funcionário da DPHAN. Vai a Buenos Aires para o nascimento de seu neto Luis Mauricio, a quem dedica o poema "A Luis Mauricio infante". É publicado em Buenos Aires o livro "Dos Poemas", com tradução de Manuel Graña Etcheverry, genro do poeta.

1954 - Publica "Fazendeiro do Ar & Poesia até agora". Aparece sua tradução para "Les paysans", de Balzac. Realiza na Rádio Ministério de Educação, em diálogo com Lya Cavalcanti, a série de palestras "Quase memórias". Inicia no Correio da Manhã a série de crônicas "Imagens", mantida até 1969.

1955 - Publica "Viola de Bolso novamente encordoada".

1956 - Publica "50 Poemas escolhidos pelo autor". Aparece sua tradução para "Albertine disparue", de Marcel Proust.

1957 - Publica "Fala, amendoeira" e "Ciclo".

1958 - Publica-se em Buenos Aires uma seleção de seus poemas na coleção "Poetas del siglo veinte". É encenada e publicada a sua tradução de "Doña Rosita la soltera" de Federico García Lorca, pela qual recebe o Prêmio Padre Ventura, do Círculo Independente de Críticos Teatrais.

1960 - Nasce seu terceiro neto, Pedro Augusto, em Buenos Aires. A Biblioteca Nacional publica a sua tradução de "Oiseaux-Mouches orthorynques du Brèsil" de Descourtilz. Colabora em Mundo Ilustrado.

1961 - Colabora no programa Quadrante da Rádio Ministério da Educação, instituído por Murilo Miranda. Falece seu irmão Altivo.

1962 - Publica "Lição de coisas", "Antologia Poética" e "A bolsa & a vida". É demolida a casa da Rua Joaquim Nabuco 81, onde viveu 36 anos. Passa a morar em apartamento. São publicadas suas traduções de "L'Oiseau bleu" de Maurice Maeterlink e de "Les fouberies de Scapin", de Molière, esta última é encenada no Teatro Tablado do Rio de Janeiro. Recebe novamente o Prêmio Padre Ventura. Se aposenta como Chefe de Seção da DPHAN, após 35 anos de serviço público, recebendo carta de louvor do Ministro da Educação, Oliveira Brito.

1963 - É lançada sua tradução de "Sult" (Fome) de Knut Hamsun. Recebe os Prêmios Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, e Luísa Cláudio de Sousa, do PEN Clube do Brasil, pelo livro "Lição de coisas". Colabora no programa Vozes da Cidade, instituído por Murilo Miranda, na Rádio Roquete Pinto, e inicia o programa Cadeira de Balanço, na Rádio Ministério da Educação. Viaja, com D. Dolores, a Buenos Aires durante as férias.

1964 - Publica a primeira edição da "Obra Completa", pela Aguilar.

1965 - São lançados os livros "Antologia Poética", em Portugal; "In the middle of the road", nos Estados Unidos; "Poesie", na Alemanha. Publica, em colaboração com Manuel Bandeira, "Rio de Janeiro em prosa & verso". Colabora em Pulso.

1966 - Publica "Cadeira de balanço", e na Suécia é lançado "Naten och rosen".

1967 - Publica "Versiprosa", "Mundo vasto mundo", com tradução de Manuel Graña Etcheverry, em Buenos Aires e publicação de "Fyzika strachu" em Praga.

1968 - Publica "Boitempo & A falta que ama". Membro correspondente da Hispanic Society of America, Estados Unidos.

1969 - Deixa o Correio da Manhã e começa a escrever para o Jornal do Brasil. Publica "Reunião (10 livros de poesia)".

1970 - Publica "Caminhos de João Brandão".

1971 - Publica "Seleta em prosa e verso". Edição de "Poemas" em Cuba.

1972 - Viaja a Buenos Aires com D. Dolores para visitar a filha, Maria Julieta. Publica "O poder ultrajovem". Jornais do Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre publicam suplementos comemorativos do 70º aniversário do poeta.

1973 - Publica "As impurezas do branco", "Menino Antigo - Boitempo II", "La bolsa y la vida", em Buenos Aires, e "Réunion", em Paris.

1974 - Recebe o Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos Literários. Membro honorário da American Association of Teachers of Spanish and Portuguese, Estados Unidos.

1975 - Publica "Amor, Amores". Recebe o Prêmio Nacional Walmap de Literatura e recusa, por motivo de consciência, o Prêmio Brasília de Literatura, da Fundação Cultural do Distrito Federal.

1977 - Publica "A visita", "Discurso de primavera e algumas sombras" e "Os dias lindos". Grava 42 poemas em 2 long plays, lançados pela Polygram. Edição búlgara de "UYBETBO BA CHETA" (Sentimento do Mundo).

1978 - Publica "70 historinhas" e "O marginal Clorindo Gato". Edições argentinas de "Amar-amargo" e "El poder ultrajoven".

1979 - Publica "Poesia e Prosa", 5ª edição, revista e atualizada, pela editora Nova Aguilar. Viaja a Buenos Aires por motivo de doença de sua filha Maria Julieta. Publica "Esquecer para lembrar - Boitempo III".

1980 - Recebe os Prêmios Estácio de Sá, de jornalismo, e Morgado Mateus (Portugal), de poesia. Edição limitada de "A paixão medida". Noite de autógrafos na Livraria José Olympio Editora para o lançamento conjunto da edição comercial de "A paixão medida" e "Um buquê de Alcachofras", de Maria Julieta Drummond de Andrade; o poeta e sua filha autografam juntos na Casa José Olympio. Edição de "En rost at folket", Suécia. Edição de "The minus sign", Estados Unidos. Edição de "Gedichten" Poemas, Holanda.

1981 - Publica "Contos Plausíveis" e "O pipoqueiro da esquina". Edição inglesa de "The minus sign".

1982 - Ano do 80º aniversário do poeta. São realizadas exposições comemorativas na Biblioteca Nacional e na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Os principais jornais do Brasil publicam suplementos comemorando a data. Recebe o título de Doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Edição mexicana de "Poemas". A cidade do Rio de Janeiro festeja a data com cartazes de afeto ao poeta. Publica "A lição do amigo - Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade", com notas do destinatário. Publicação de "Carmina drummondiana", poemas de Drummond traduzidos ao latim por Silva Bélkior.

1983 - Declina do troféu Juca Pato. Publica "Nova Reunião (19 livros de poesia)", último livro do poeta publicado, em vida, pela Casa José Olympio.

1984 - Despede-se da casa do velho amigo José Olympio e assina contrato com a Editora Record, que publica sua obra até hoje. Também se despede do Jornal do Brasil, depois de 64 anos de trabalho jornalístico, com a crônica "Ciao". Publica, pela Editora Record, "Boca de Luar" e "Corpo".

1985 - Publica "Amar se aprende amando", "O observador no escritório" (memórias), "História de dois amores" (livro infantil) e "Amor, sinal estranho". Edição de "Frän oxen tid", Suécia.1986 Publica "Tempo, vida, poesia". Edição de "Travelling in the family", em New York, pela Random House. Escreve 21 poemas para a edição do centenário de Manuel Bandeira, preparada pela editora Alumbramento, com o título "Bandeira, a vida inteira". Sofre um infarto e é internado durante 12 dias.

1987 - No 31 de janeiro escreve seu último poema, "Elegia a um tucano morto" que passa a integrar "Farewell", último livro organizado pelo poeta. É homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo "No reino das palavras", que vence o Carnaval 87.

No dia 5 de agosto, depois de 2 meses de internação, falece sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. "E assim vai-se indo a família Drummond de Andrade" - comenta o poeta. Seu estado de saúde piora. 12 dias depois falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Cemitério São João Batista do Rio de Janeiro.

O poeta deixa obras inéditas: "O avesso das coisas" (aforismos), "Moça deitada na grama", "O amor natural" (poemas eróticos), "Viola de bolso III" (Poesia errante), hoje publicados pela Record; "Arte em exposição" (versos sobre obras de arte), "Farewell", além de crônicas, dedicatórias em verso coletadas pelo autor, correspondência e um texto para um espetáculo musical, ainda sem título.

Edições de "Moça deitada na grama", "O avesso das coisas" e reedição de "De notícias e não notícias faz-se a crônica" pela Editora Record. Edição de "Crônicas - 1930-1934". Edição de "Un chiaro enigma" e "Sentimento del mondo", Itália. Publicação de "Mundo Grande y otros poemas", na série Los grandes poetas, em Buenos Aires.

1988 - Publicação de "Poesia Errante", livro de poemas inéditos, pela Record.

1989 - Publicação de "Auto-retrato e outras crônicas", edição organizada por Fernando Py. Publicação de "Drummond: frente e verso", edição iconográfica, pela Alumbramento, e de "Álbum para Maria Julieta", edição limitada e fac-similar de caderno com originais manuscritos de vários autores e artistas, compilados pelo poeta para sua filha. A Casa da Moeda homenageia o poeta emitindo uma nota de 50 cruzeiros com seu retrato, versos e uma auto-caricatura.

1990 - O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) organiza uma exposição comemorativa dos 60 anos da publicação de "Alguma Poesia". Palestras de Manuel Graña Etcheverry, "El erotismo en la poesía de Drummond" no CCBB e de Affonso Romano de Sant'Anna, "Drummond, um gauche no mundo". Encenação teatral de "Mundo, vasto mundo", com Tônia Carrero, o coral Garganta e Paulo Autran, sob a direção deste no Teatro II do CCBB. Encenação de "Crônica Viva", com adaptação de João Brandão e Pedro Drummond, no CCBB. Edição da antologia "Itabira", em Madrid, pela editora Visor. Edição limitada de "Arte em exposição", pela Salamandra. Edição de "Poésie", pela editora Gallimard, França.

1991 - Publicação de "Obra Poética", pela editora Europa-América, em Portugal.

1992 - Edição de "O amor natural", de poemas eróticos, organizada pelo autor, com ilustrações de Milton Dacosta e projeto gráfico de Alexandre Dacosta e Pedro Drummond. Publicação de "Tankar om ordet menneske", Noruega. Edição de "Die liefde natuurlijk" (O amor natural) na Holanda.

1993 - Publicação de "O amor natural", em Portugal, pela editora Europa-América. Prêmio Jabuti pelo melhor livro de poesia do ano, "O amor natural".

1994 - Publicação pela Editora Record de novas edições de "Discurso de primavera" e "Contos plausíveis". No dia 2 de julho falece D. Dolores Morais Drummond de Andrade, viúva do poeta, aos 94 anos.

1995 - Encenação teatral de "No meio do caminho...", crônicas e poemas do poeta com roteiro e adaptação de João Brandão e Pedro Drummond. Lançamento de um selo postal em homenagem ao poeta. Drummond na era digital, publicação de uma pequena antologia em 5 idiomas sob o título de "Alguma Poesia", no World Wide Web , Internet, na data de seu 93º aniversário. Projeto do CD-ROM "CDA-ROM", que visa a publicar, em ambiente interativo e com os recursos da multimídia, os 40 poemas recitados pelo autor, uma iconografia baseada na coleção de fotografias do poeta, entrevistas em vídeo e um curta-metragem.

1996 - Lançamento do livro Farwell, último organizado pelo poeta, no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com a apresentação de Joana Fomm e José Mayer. Esse livro é ganhador do Prêmio Jabuti.

1997 - Primeira edição interativa do livro "O Avesso das Coisas".

1998 - Inauguração do Museu de Território Caminhos Dummondianos em Itabira. No dia 31 de outubro é inaugurado o Memorial Carlos Drummond de Andrade, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, no Pico do Amor da cidade de Itabira. Prêmio in memorian Medalha do Sesquicentenário da Cidade de Itabira.

1999 - I Forum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado na cidade de Itabira. Lançamento do CD "Carlos Drummond de Andrade por Paulo Autran", pelo selo Luz da Cidade.

2000 - Inaugurada a Biblioteca Carlos Drummond de Andrade do Colégio Arnaldo de Belo Horizonte. Lançamento do CD "Contos de aprendiz por Leonardo Vieira", pelo selo Luz da Cidade. Estréia no dia 31 de outubro o espetáculo "Jovem Drummond", estrelado por Vinícius de Oliveira, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e Itabira (Secretaria de Cultura do Município).

Lançamento do CD "História de dois amores - contadas por Odete Lara", pela gravadora Luz da Cidade. Encenação pela Comédie Française da peça de Molière Les Fourberies de Scapin, com tradução do biografado, nos teatros Municipal do Rio de Janeiro e Municipal de São Paulo. Lançamento do projeto "O Fazendeiro do Ar", com o "balão Drummond", na Lagoa Rodrigo de Freitas - Rio de Janeiro. II Fórum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado em outubro na cidade de Itabira. Homenagem in memoriam Medalha comemorativa dos 70 anos do MEC. Homenagem dos Ex-Alunos da Universidade Federal de Minas Gerais.

A Foto que deu Origem...

2002 - No dia 30 de outubro 2002 as 16h em comemoração ao centenário de seu nascimento é inaugurada no calçadão da praia de Copacabana (um dos pontos turísticos mais freqüentados do mundo), A estátua de Carlos Drummond de Andrade.

Com certeza uma das mais belas homenagens ao centenário de nascimento do poeta. Assim, Drummond está lá, no bairro onde morava, sentado num banco, de costas para o mar. Muita gente que passa por lá costuma dizer que a estátua nunca poderia estar naquela posição, porque Drummond amava o mar. Só que, na realidade, ele não está de costas para o mar.

Drummond está é de frente para as pessoas, que passam, que param, que olham, que sentam ao lado do escritor feito de bronze, para tirar foto, para lembrar de um poema, para dar um abraço nele, para fazer declaração de amor, para inventar motivo de beijo, ou só ficar ali, num exercício de secreta quietude, enquanto os carros voam, enquanto o tempo rosna.

O monumento é de autoria do escultor mineiro Leo Santana, que se inspirou numa foto tirada por Rogério Reis. O poeta está sentado sobre o banco em frente à Avenida Rainha Elizabet, voltado para a cidade e de costas para o mar.


... A Estatua de Carlos Drummond de Andrade ( posto 6 praia Copacabana )

Amar se aprende amando

O mundo é grande e cabe

nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe

no breve espaço de beijar.


"POESIA FALADA" Ouça duas Poesias na voz do autor

E agora José? Ouça Aqui

Lira Romantiquinha Ouça Aqui

Conheça a Obra deste Gênio da literatura nos Links abaixo:

- MEMORIA VIVA

- VEJA ESPECIAL

- JORNAL DA POESIA

Fontes: Jornal da Poesia, Memória Viva, Veja Especial, Estadão Especial Fotos: Divulgação

quarta-feira, outubro 11, 2006

O Rio é Animal - O mais antigo Zoo do Brasil


Foto: Fernando Mirabella - Tigre de Bengala

O Zoológico do Rio possui uma área de 138 mil metros quadrados, mais de 2.100 animais entre répteis, mamíferos e aves e cerca de 400 espécies, o zoológico do Rio é o mais antigo do Brasil.

Possui o maior plantel de primatas brasileiros, a maior coleção de aves expostas do país e, no setor de fauna, reproduzem-se espécies raras e ameaçadas de extinção como o urubu rei, a ararajuba e o mico leão dourado.

Com uma visitação mensal de 70 mil pessoas, e em média, 110 turmas escolares, a Fundação RIOZOO tem como objetivo muito mais que ser apenas uma vitrine de animais.

A maior tarefa é desenvolver o respeito e a preservação do meio ambiente, investindo em programas de educação, qualidade de vida e pesquisa baseado sempre no conceito “ Conhecer para Preservar”



Foto: Carlos Grupilo - Onça Pintada

A História do Zoo Carioca

O Jardim Zoológico do Rio de Janeiro é o mais antigo do Brasil. Atravessar o Parque da Quinta da Boa Vista, antiga residência da Família Imperial portuguesa, e entrar hoje, por seu portão de arcos e colunas, é transportar-se para o tempo de um outro país.

Percorrer suas alamedas margeadas de palmeiras imperiais é como entrar nas páginas de um livro vivo de imagens e histórias de imperadores, princesas, escravas e todo tipo de gente comum que abriu os caminhos para construir através dos anos aquilo que somos.

O Zôo carioca oferece uma mistura única de História, fauna exuberante, ecologia e muito verde.

Expor animais e tentar trazer para dentro da cidade um pouco da vida selvagem, começa em nosso país, mais especificamente no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1888, quando o Barão de Drumond funda no Bairro de Vila Isabel o primeiro Zoológico brasileiro.

Uma área com riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais. O passar dos anos, entretanto, trouxe dificuldades financeiras, e manter os animais tornou-se muito difícil Foi neste momento que para solucionar a situação, o Barão criou o "jogo do bicho".



Foto: Site - riototal.com.br

A História do Jogo do Bicho

Com a falta desse dinheiro, o Barão, com a sua fortuna empregada na bicharada, começou a encontrar dificuldades para manter o zoológico. Poucos anos depois, em 1892, foi que ele teve a sua mais grave crise financeira...

Então, um mexicano, Manuel Ismael Zevada, que havia introduzido no Rio de Janeiro (rua do Ouvidor), sem muito sucesso, o "jogo das flores", deu-lhe a idéia do jogo do bicho...

Assim, no dia 03/07/1892, o Barão organizou um passeio à empresa do Jardim Zoológico, ao qual compareceram membros destacados da sociedade e representantes da imprensa. Em meio às festividades, o Barão apresentou a sua estratégia para atrair visitantes ao local, que consistia em premiar, em dinheiro, os freqüentadores cujos bilhetes tivessem estampadas as figuras dos animais sorteados ao final de cada tarde.

Associado a Zevada que ocupou o cargo de gerente do zoológico, o Barão de Drummond acabava de criar o chamado Jogo dos Bichos, que se tornou um sucesso em diferentes círculos sociais. O jogo do bicho surgiu como um divertimento da alta sociedade fluminense, como mostram os jornais da época

O jogo se processava da seguinte maneira:

Cada ingresso, vendido para visitar o zoológico, dava direito a um cupom que trazia a estampa e o nome de um animal para concorrer a um sorteio que concedia ao ganhador um prêmio vinte vezes maior do que o valor pago pelo ingresso. Como ele custava mil réis, o ganhador recebia vinte mil réis!

Toda manhã, logo cedo, o Barão escolhia uma estampa com a figura e nome de um dos 25 bichos que faziam parte do jogo e colocava essa estampa em um quadro de dimensões enormes, içado a um mastro erguido à porta principal do Jardim Zoológico. Uma vez o quadro içado ninguém tinha acesso a ele. Esse quadro era de madeira e, trancado à chave. Às 15 horas o próprio Barão de Drumond acionava um dispositivo, exibia o bicho sorteado sem causar dúvida a quem assistia ao sorteio.

Aos poucos, aumentava o número de visitantes, por isso foram criados outros pontos de venda de ingressos com a finalidade de concorrer ao jogo do bicho. Em um só domingo a venda atingiu 80 contos de réis, com entradas!

No ano de inauguração do jogo do bicho, 1892, no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, estava em circulação o primeiro selo postal bicolorido impresso no Brasil. Emitido em 01/05/1891, nas cores azul e vermelho e com valor facial de 100 réis, o qual tem o nome de ALEGORIA REPUBLICANA "TINTUREIRO".

A entrada no zôo, à época, custava um mil réis e a sorte enchia o bolso do ganhador com vinte mil réis! Estes eram os bichos sorteados pelo Barão de Drumond:


A idéia do Barão de Drumond acabou por transformar-se em uma marca no cotidiano da cidade, mas não foi suficiente para salvar o antigo Zôo, que terminou fechando suas portas na década de 40.Mas logo a cidade ganhou um novo Zoológico, inaugurado no Parque da Quinta da Boa Vista, no histórico bairro de São Cristóvão, em 18 de março de 1945.

O Zoológico da cidade do Rio de Janeiro destaca-se na memória histórica do país. Uma das imagens mais marcantes é o imponente portão construído em sua entrada, que pode ser visto na paisagem de algumas telas pintadas durante o período imperial.

O portão foi oferecido como presente de casamento a D. Pedro I e à futura imperatriz Leopoldina por um nobre inglês. Vivendo períodos de glórias e dificuldades, o Jardim Zoológico carioca chegou aos nossos dias, e em 1985 foi transformado na Fundação RIOZOO.

Esta mudança proporcionou agilidade administrativa e abriu espaço para um processo de modernização, transformando a RIOZOO em uma respeitada instituição de pesquisa e educação ambiental, reconhecida no Brasil e no exterior.



Fotos: Rio Zoo - Macaco Tião

O Macaco mais Famoso do Brasil

O primata da espécie Chimpanzé, cujo nome científico é Pan Trogodytes, mais famoso do Brasil foi o Macaco Tião. Ele nasceu no próprio Zoológico do Rio de Janeiro, em 16/01/1963, portanto "carioca da gema" e do signo de capricórnio.

Filho de Babá e Lulu, sua altura era de 1,52 m e seu peso de 70 kg. Tião, recebeu esse nome em homenagem a São Sebastião, padroeiro da cidade maravilhosa. Estado civil: solteirão convicto...

Na primeira vez, tentou acasalar com a macaca "Cafona", na qual ele deu uma surra; depois de 3 anos teve sua segunda tentativa, mas a pretendente Cafona adoeceu e morreu. Quando mudou de namorada, a chimpanzé Cássia, outro desencontro, a macaca demonstrou medo de Tião e os veterinários desistiram da união...

Mudou de casa apenas uma vez em sua vida, fato ocorrido em junho de 1996. Mas, antes disso, teve uma carreira política... A candidatura do Macaco Tião - lançada pelos humoristas da revista Casseta e Planeta em defesa do voto nulo nas eleições municipais de 1988 - representou um feito: 9,5% dos cariocas que compareceram as urnas, apostaram em Tião.

Se somada aos votos em branco (14,9%), a votação de Tião superaria a de todos os candidatos - exceto Marcello Alencar, eleito prefeito com 31,6%. Depois de anos e anos disputando uma vaga entre os candidatos às eleições no Rio, a chegada do sistema eletrônico selou o fim de uma carreira polêmica.

Nas eleições de 1996, os eleitores não tiveram a chance de escrever nas cédulas e para anular o voto, tiveram que digitar um número que não constava nos registros dos candidatos...

Teve como rivais os chimpanzés Pipo e Paulinho. No dia 23/12/1996, morreu Tião, o chimpanzé mais querido do Brasil. Decorrente de complicações referentes à diabetes e a avançada idade.

O prefeito da cidade, César Maia decretou luto oficial até o dia 31 de dezembro e as bandeiras da Fundação RioZoo ficaram a meio-mastro.

Tião foi notícia em todo Brasil e até no jornal francês LE MONDE, que divulgou a notícia de sua morte em primeira página...

No dia 16/01/1997, Tião ganhou uma placa de bronze em frente ao portão principal do Zôo, uma estátua de corpo inteiro e a alameda central passou a se chamar Alameda Macaco Tião; na Barra da Tijuca ele ganhou uma praça com seu nome.


ZOO Serviços:

- Anfiteatro com camarins e capacidade para 100 pessoas

- Estacionamento para ônibus e carros

- Segurança

- Playground com área para festas e sala de apoio

- Lanchonete

- Restaurante

- Sorveteria

- Quiosque de Mel

- Visitas guiadas gratuitas (3ª a Sábado de 10h às 16h)

- Zooloja

- Zoofotos

- Sala de vídeo e auditório

- Área para festas e eventos

Funcionamento:

Terça a Domingo, de 9h às 16:30h

Ingresso: 3ª a 6ª R$ 4,00 / sáb., dom. e feriados R$ 5,00

Crianças até 1 metro de altura, maiores de 65 anos e deficientes não pagam.

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Fontes: Rio Zoo, saudeanimal.com.br, riototal.com.br, girafamania.com.br