domingo, maio 06, 2007

Beija-Flor conquista seu 10º Campeonato


Foto: Carro Alegórico Iemanjá - Beija Flor

Beija-Flor vence pela 4ª vez em 5 anos

Última escola a desfilar pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira, a Beija-Flor sambou com o tema África: do berço real à corte brasiliana, mostrando o legado que o povo africano deixou para o Brasil.

Assumindo a liderança no terceiro quesito (harmonia), a escola de Nilópolis dominou a apuração e abriu larga vantagem sobre Grande Rio, Mangueira e Viradouro, principais rivais, terminando com 399,3 pontos.

Terceira escola a exaltar a África na avenida, a Beija-Flor preparou sete carros alegóricos e 46 alas. A fé, a música e o folclore afro-brasileiro foram representados em várias fantasias. Houve muitas referências aos rituais das mães-de-santo e ao ritmo do afoxé.

O cantor Neguinho da Beija-Flor, antes mesmo do desfile, afirmou que a escola está na briga pelo título. "Vai dar Nilópolis. Olha a Beija-Flor aí gente!"

"Nosso desfile não é para falar de sofrimento do negro, mas para valorizar essa raça. Não tem nada de chibata e cativeiro, mas sim as lutas e as vitórias que os negros conseguiram através do tempo em todo o mundo", disse o presidente da escola de Nilópolis, Farid Abraão.

"Mostramos a África como um jarro que se partiu e espalhou cacos pelo mundo todo, e esses cacos passaram a ser novos jarros", acrescentou.



Foto: Carro Alegórico - Beija Flor

O Desfile da Campeã

A escola fez um desfile luxuoso, mostrando a savana africana, os guerreiros, os animais de uma África mais rica e longe do tradicional estilo tribal que normalmente é levado ao Sambódromo. Como já havia acontecido nos últimos anos, a agremiação levantou o público presente na Sapucaí.

A comissão de frente teve como tema a realeza, realidade e o axé da África. A bateria, de mestre Paulinho, contou com 250 ritmistas e, à frente deles, estava Raíssa, rainha da ala, que tem apenas 16 anos.

No gigantesco abre-alas, chamado de O Supremo Dom Divino, a Beija-Flor conduziu a uma viagem ao mundo mítico e mágico do Panteão dos deuses africanos.

O carro tinha 50m e levou o símbolo da escola, o beija-flor, que voltou para avenida após dez anos. À frente, componentes conduziram elefantes e girafas cenográficos, em tamanho real.

Zumbi e o Quilombo dos Palmares fizeram parte da quarta alegoria. Os quilombos eram uma forma de se rebelar contra o sistema escravagista, que consistia na transição arbitrária da condição de escravo para a de homem livre.

Um dos últimos setores homenageou o maracatu. Nele, a escola aproveitou para colorir as fantasias com as suas cores: azul, branca e prata. Como referência à influência africana no folclore brasileiro, a escola touxe um elefante de 14 metros.

Tia Ciata, lendária personagem do Carnaval carioca, foi saudada com uma enorme escultura. O carro foi composto por baianas e passistas desfilando ao lado de beija-flores.



A Rainha de bateria da Beija-Flor
Rayssa Oliveira de 16 anos

Evolução

A comissão de frente teve como tema a realeza, realidade e o axé da África. A bateria, de mestre Paulinho, contou com 250 ritmistas e, à frente deles, estava Raíssa, rainha da ala.

No gigantesco abre-alas, chamado de O Supremo Dom Divino, a Beija-Flor conduziu a uma viagem ao mundo mítico e mágico do Panteão dos deuses africanos.

O carro tinha 50 m e levou o símbolo da escola, o beija-flor, que voltou para avenida após dez anos. À frente, componentes conduziram elefantes e girafas cenográficos, em tamanho real.

A ala das baianas representou as rainhas. As 110 integrantes vestiram uma fantasia feita em tecido que imita pele de zebra e leão e usaram uma coroa de marfim. Zumbi e o Quilombo dos Palmares fizeram parte da quarta alegoria.

Os quilombos eram uma forma de se rebelar contra o sistema escravagista, que consistia na transição arbitrária da condição de escravo para a de homem livre.

A lendária personagem do Carnaval carioca Tia Ciata foi homenageada com uma grande escultura. O carro foi composto por passistas desfilando com beija-flores.



Foto: Estação de Trem de Nilópolis 1940

Nilópolis

Nilópolis é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a uma latitude 22º48'27" sul e a uma longitude 43º24'50" oeste. Seu nome foi dado em homenagem ao presidente da república Nilo Peçanha.

Localiza-se onde era a antiga Fazenda São Matheus e até hoje existe a capela de mesmo nome. O município já foi o menor do Brasil.

Suas maiores fontes de renda são o comércio e algumas poucas indústrias localizadas pela cidade. A Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, campeã do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro em 2007, é o maior orgulho de seus cidadãos.

Atualmente possui dois distritos, Centro e Olinda; e onze bairros, Centro, Frigorífico, Nova Cidade, Cabuís, Tropical, Santos Dumont, Manoel Reis, Bairro da Mina, Cabral e Paiol. A cidade possui um único hospital público municipal: o Hospital Municipal Juscelino Kubitschek.



Foto: Estação de Trem de Nilópolis 1940


Um pouco da História de Nilópolis

Com a inauguração a 29 de março de 1858 da linha de trem da E.F.D Pedro II (atual E.F. Central do Brasil), cortando a fazenda com destino a Queimados, a população nativa foi abandonando as terras, não só devido ao movimento abolicionista como também por novas opções de mão-de-obra devido ao progresso e outras novas atividades.

E as terras da Fazenda São Mateus a partir de 1866, tinham como proprietários os capitalistas do Rio de Janeiro o Conde e o Barão de Bonfim, e por fim, Jerônimo José de Mesquita, que as negociou com o criador de cavalos e mulas, João Alves Mirandela, que tinha como sócio Lázaro de Almeida, conforme escritura lavrada no dia 22 de setembro de 1900, no valor de vinte e cinco contos de réis.

Da escritura consta que além das terras negociadas havia dois barracões e imóvel, que era a capela de São Mateus, e sede da fazenda que limitava-se pelo lado de Maxambomba (atual Nova Iguaçu) com a fazenda da Cachoeira, de propriedade do Barão de Mesquita e com as terras dos herdeiros de Antônio Rocha; pelo lado da Pavuna, com as terras dos herdeiros do capitão Augusto da Costa Barreto e Sebastião Alves de Almeida; pelo lado direito, com o Distrito Federal, com as terras da fazenda de Nazareth (Anchieta) e terras da fazenda do Cabral (do capitão Manuel Cabral).João Alves Mirandela e seu irmão Manuel Alves Mirandela, grandes criadores de animais para o Exército, cercaram uma área, junto à cerca da fazenda do Gericinó, até que seu enteado Vitor Ribeiro de Faria Braga, convenceu-o a desmatar a fazenda para um possível loteamento.

Procedido ao desmatamento o mesmo enteado propôs a João Alves Mirandela que se fizesse uma planta da área, que foi aceito por um documento público, chamando o então engenheiro da Central do Brasil, Teodomiro Gonçalves Ferreira, para executar a planta da cidade que iria surgir das matas da fazenda.

E, já no final de 1913 os jornais anunciavam lotes medindo 12,50m. por 50,00m., em suaves prestações. Um destes anúncios chamou a atenção do Coronel Júlio de Abreu que veio pessoalmente conhecer a cidade que estava surgindo, e logo enamorou-se, comprando vários lotes e trazendo após, vários importantes amigos, objetivando erguer uma cidade promissora.

Ele mesmo construiu a primeira casa de pedra e cal, dando o nome de Vila Ema, em homenagem à sua esposa, inaugurando-a festivamente, com as presenças de comerciantes, banqueiros, políticos, homens públicos, ligados ao Rio de Janeiro, no dia 06 de setembro de 1914, marco de fundação da cidade de Nilópolis.

No mesmo local fundou o bloco do Progresso de São Matheus depois de Nilópolis, sob sua inspiração e presidência, tendo como presidente de honra Nilo Peçanha, que aqui esteve duas vezes, com o pensamento voltado para obter os melhoramentos de que uma cidade carece.

Foi através dele que a cidade teve imediatamente ligação d'água; ligação de luz e iluminação pública; agência do correio; escolas particulares e públicas; comunicação; horário de trens; pontes ligando ao Rio de Janeiro e Nova Iguaçu; serviço de profilaxia rural; bandas de música e uma grande revista "Nilópolis".

Nilópolis, já se chamou parada de São Mateus; parada e estação de Engenheiro Neiva, em homenagem a Lucas Soares Neiva, construtor da parada e plataforma dos trens; e Nilópolis, em homenagem a Nilo Peçanha, a partir de 01 de Janeiro de 1921, grande benfeitor de Nilópolis, numa festividade inesquecível.

Nilópolis esteve por muito tempo vinculado e fazia parte integrante da vida de São João de Meriti, então quarto distrito de Nova Iguaçu, até que por solicitação do Deputado Manoel Reis, pela Lei nº 1332, foi elevado a sétimo distrito de Nova Iguaçu a partir de 1916, com apenas dois anos de existência como cidade.

E seu desenvolvimento foi num crescendo extraordinário, graças ao empenho de sua população laboriosa até que estando em discussão a nova carta constitucional do estado do Rio de Janeiro, o Deputado Lucas de Andrade Figueira propôs uma emenda, promulgada a 20 de junho de 1947, emancipando Nilópolis juntamente com São João de Meriti, e que se comemora a 21 de agosto de cada ano.

Porém, cometeu-se nesta emancipação uma flagrante injustiça, pois sendo a área de 22 km², que era a mesma da Fazenda de São Mateus, ficou reduzida a apenas 09 km², perdendo 5,60 km² para o Gericinó; 5,60 km² para São João de Meriti e 1,80 km² para Nova Iguaçu.

Fontes : Fotos - Site Terra e Cbtu, Textos. Uol, Wikipédia, Beija Flor

* Texto publicado originalmente em 21/02/2007 no extinto Rio que Amo 2 assim como o primeiro comentário encontrado neste Haloscan

2 comentários:

Anônimo disse...

Lucia disse...

Muito interessante este artigo.
Obrigada. Lucia

28 de Fevereiro de 2007 20:36

Anônimo disse...

Olá,sou Leonardo Azerdo, pesquisador da Prefeitura de Mesquita.
Gostei muito deste artigo, ele foi muito esclaredor, parabens. mas tenho uma dúvida sobre a fonte, eu gostaria de saber se posso ter acesso a escritura de 22 de setembro de 1900, como citada na materia, ou alguma forma de consulta-la. favor entrar em contato: leonardoazeredougf@yaho.com.br

grato.